O que uma cidade precisa para ser realmente inteligente? A população mundial bateu um novo recorde no ano de 2022: somos 8 bilhões de pessoas vivendo neste planeta. Segundo estudo realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no mesmo ano, o número de habitantes no mundo cresceu em 1,7 bilhão no século XX. A expectativa é que atinjamos a marca de 10,53 bilhões de pessoas vivendo na Terra até a década de 2080.
No Brasil também pudemos ver um aumento expressivo: entre 1950 e 2024 saímos de 59 milhões de pessoas para 203 milhões, um crescimento populacional de mais de 200% em menos de 75 anos. Com tanta gente no mundo, é esperado que os centros urbanos fiquem cada vez mais cheios (e até corram o risco de superlotação). Para conseguirem lidar com o crescimento acelerado, cidades precisam ficar cada vez mais inteligentes (ou smart, em inglês). O que são Smart Cities?
Estima-se que o conceito de Smart Cities como
conhecemos apareceu pela primeira vez entre os anos 80 e 90, quando houve um
crescimento significativo de tecnologias de comunicação e sistemas da
informação e as cidades passaram a buscar maneiras de adaptar suas gestões
urbanas ao mercado global.
Entre as capitais globais consideradas
inteligentes, destacam-se Amsterdã, na Holanda, que possui projetos ativos
desde 2009, Estocolmo, na Suécia, conhecida por sua eficiência energética e uma
rede universal de fibra ótica, e Copenhague, na Dinamarca, que recebeu o prêmio
World Smart Cities Award por uma estratégia de desenvolvimento com foco
tecnológico e ambiental. No Brasil, o ranking Connected Smart Cities
elegeu Florianópolis (SC) como a cidade mais inteligente de 2023, seguida por Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Belo
Horizonte (MG).
O que faz com que uma cidade seja inteligente?
Uma cidade inteligente precisa conseguir integrar
sistemas de informação e comunicação e utilizar da tecnologia para melhorar a
qualidade de vida de seus habitantes, gerenciar recursos de forma eficiente,
promover um desenvolvimento sustentável e otimizar o funcionamento dos serviços
públicos.
Para ser considerada inteligente, ela precisa se
desenvolver nas seguintes frentes:
·
Econômica;
·
Social;
·
Tecnológica;
·
Ecológica;
·
Governamental;
Isso inclui a necessidade por uma infraestrutura de TI robusta, redes de sensores para coleta de dados em tempo real, sistemas de energia renovável, iluminação eficiente, gestão de resíduos e governança eletrônica. O papel do transporte coletivo em uma cidade inteligente
A capacidade de integração entre áreas é essencial para o funcionamento de uma cidade inteligente. Nestes casos, a malha de transportes precisa estar conectada e ser capaz de atuar diretamente e indiretamente para o bem-estar da sociedade como um todo. Planejamento urbano sustentável O transporte coletivo desempenha um papel fundamental no planejamento urbano sustentável, influenciando o desenvolvimento de áreas residenciais, comerciais e industriais ao longo das rotas que atua. Uma cidade inteligente utiliza do transporte como bússola para o seu desenvolvimento, por exemplo, incentivando a construção de novas estações de embarque e desembarque, investindo em tecnologias de segurança e voltando seu olhar para melhorar a infraestrutura em regiões com fluxo significativo de pessoas (com criação de faixas exclusivas, investimento na iluminação pública e melhorias de vias, por exemplo).
Melhoria na qualidade de vida dos cidadãos
O transporte coletivo por si só já oferece uma
alternativa sustentável e eficiente ao transporte individual. Sabemos que um
único ônibus tem a capacidade de substituir 40 carros, reduzir o fluxo intenso
do trânsito e diminuir a emissão de CO2.
O uso de veículos de transporte público elétricos,
ou movidos a energia limpa, contribui ainda mais para a redução de poluentes
atmosféricos, levando a uma melhoria na qualidade do ar e ajudando a mitigar os
danos às mudanças climáticas. Isso resulta em ambientes urbanos mais limpos e
saudáveis para os moradores.
Além disso, uma cidade inteligente sabe como
utilizar de recursos para implementar melhorias no sistema de transporte e
aumentar sua eficiência, de maneira que os moradores optem por andar de ônibus,
metrô, ou até mesmo bicicleta, ao invés de dirigir carros. Isso melhora a
fluidez do trânsito, reduz os tempos de viagem e melhora a qualidade de vida
dos cidadãos.
Transporte democrático
Para agir como integrador, o transporte coletivo precisa garantir que todos os cidadãos tenham acesso constante a oportunidades de emprego, educação, saúde e lazer, estando sempre pronto para receber qualquer pessoa que deseje utilizá-lo. Como um meio democrático, é importante atender todas as pessoas no momento em que necessitam do serviço, por isso são necessários veículos adaptados funcionais e estações com estrutura inclusiva para receber o cidadão.
Integração multimodal
O MaaS (Mobility as a Service) é a base
para uma sociedade moderna e inteligente. A cidade precisa fazer bom uso da
integração de diferentes modais de transporte, como ônibus, metrô e bicicleta,
se deseja oferecer uma rede de mobilidade abrangente e eficiente.
Para que ocorra esta integração, a operação
municipal pode dispor de tecnologias de gestão e distribuição que reúnam ofertas
de variados modais e forneçam ao usuário final acesso descomplicado através de
uma interface digital. Isso permite que os cidadãos escolham a melhor opção de
transporte com base em suas necessidades específicas e nas condições do
momento.
Tecnologia e inovação
O transporte público em uma cidade inteligente
conta com o apoio de tecnologias avançadas que permitem maior
eficiência tanto para o município e os operadores quanto para o usuário final.
Dentre as soluções que podem ser integradas ao transporte, estão apps para o passageiro, gestão de frota e
acompanhamento do veículo em tempo real, validadores online e possibilidade de
integração com variados meios de pagamento.
Essas tecnologias melhoram a experiência do
usuário, aumentam a eficiência operacional e permitem uma gestão mais
inteligente e eficaz do sistema de transporte. Se você conhecer melhor sobre as
funcionalidades das soluções descritas acima e como elas contribuem para a
mobilidade, acesse nosso guia de modernização clicando aqui.
Smart Cities e o futuro
Cidades inteligentes representam uma abordagem
inovadora para a urbanização, utilizando tecnologia e dados para enfrentar os
desafios urbanos contemporâneos. Ao integrar soluções inteligentes em todos os
aspectos da vida urbana, essas cidades buscam criar ambientes mais eficientes,
sustentáveis e inclusivos para todos os seus habitantes.
O transporte
coletivo desempenha um papel fundamental em uma cidade inteligente, pois
contribui significativamente para a sustentabilidade e qualidade de vida dos
seus habitantes. O futuro das cidades inteligentes está intrinsecamente ligado
à modernização do ecossistema de mobilidade. Assim, uma malha de transportes
coletivos moderna e eficiente é capaz de incentivar o desenvolvimento de outras
áreas de um município e levá-lo ao status de Smart City.
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